Os livros que vou ler – Parte I O último livro que recebi
Em tempo de primeiro confinamento, consegui, finalmente, colocar alguma leitura em dia, o que já não acontecia àquilo que me pareciam décadas.
Entre um ou outro livro, tive em mãos o primeiro volume da saga familiar de Harry Clifton, do autor britânico Jeffrey Archer, que me conquistou grande afeição literária.
Harry Clifton nasceu nos anos 20 do século passado, é um miúdo pobre, que foge todos os dias da escola para ir para as docas, onde trabalhava o tio e onde, também, um dia, havia trabalhado o seu pai. Harry nunca conheceu o pai. Disseram-lhe que havia falecido na guerra, mas toda a história da sua morte estava envolta em mistério.
O narrador vai-nos contando a vida de Harry Clifton, da sua família materna, as dificuldades económicas e a bolsa de estudos que recebe. Na nova escola, conhece o seu melhor amigo, Giles Barrington, proveniente de uma família abastada, com quem possui mais ligações do que ele poderia supor.
Aqui começa a intriga, começam os amores, pejados de política, negócios, guerra...
Talvez, até agora, este pareça um romance como tantos outros. Mas desenganem-se, pois ele é narrado por um excelente contador de histórias, que nos cativa e conquista a cada página.
Cada capítulo é datado e intitulado com o nome de uma das personagens principais. E, em cada um, a história volta atrás e é narrada pela perspetiva dessa personagem, avançando um pouco mais no tempo. Em termos literários, entre outros recursos estilísticos, estamos a falar de focalização interna, o que é absolutamente extraordinário aos olhos de uma professora de Português.
De repente, senti, desse lado, um encolher na cadeira e um revirar de olhos, como se eu tivesse acabado de estragar tudo, toda a, mesmo que pequena, vontade que teriam de conhecer estas personagens.
Perdoem-me se o fiz... Garanto que não há motivo nenhum para tal!
Acreditem, é uma leitura ligeira, muito atrativa...
Por vezes, previsível, porém intercalada de inúmeras surpresas...
É viciante, pois cada livro cativa-nos indubitavelmente para o seguinte...
Eu já consegui chegar ao quarto número da saga, mas já cá cantam os outros três, porque Jeffrey Archer já arrebatou o meu coração de leitora e a minha paixão pela Literatura!
Cláudia Marques
